Você sabe como funciona um aterro sanitário?

Hoje em dia, o aterro sanitário é considerado pelo Ministério do Meio Ambiente como o sistema mais adequado para a disposição final do resíduo que não pode ser reaproveitado. Ainda assim, de acordo com o panorama dos resíduos sólidos, 59% dos resíduos gerados em 2017 seguiram para aterros sanitários, enquanto 40,9% foram destinados para lugares impróprios.

Pensando nisso, qual a dificuldade para a implementação de mais aterros sanitários no Brasil? Vamos olhar para o funcionamento e entender melhor.

Por dentro do aterro sanitário

O aterro sanitário é uma área licenciada por órgãos ambientais destinada à receber os resíduos sólidos de forma planejada. A NBR 13896/1997 fixa as condições mínimas exigíveis para operação de aterros de resíduos não perigosos.

Dessa maneira, a área de disposição dos resíduos deve ser previamente delimitada por uma equipe técnica de topografia, onde deverão ser demarcados os limites laterais, a altura projetada e o avanço previsto da frente de operação ao longo do dia.

Além disso, aterros devem ter uma camada de impermeabilização e um sistema de drenagem interna, evitando problemas com o lençol freático ou mesmo a liberação de gases nocivos ao meio ambiente.

Dessa forma, o que difere os aterros sanitários das demais formas irregulares de disposição, como os lixões, é a sua organização estrutural.

O seu funcionamento é basicamente assim:

  • A base do aterro é constituída por um sistema de drenagem de chorume;

  • A base deve estar em cima de uma camada impermeável de polietileno de alta densidade (PEAD), em cima de uma camada de solo compactado para evitar que haja vazamento de líquidos para o solo. Dessa forma, evita-se a contaminação dos lençóis freáticos;

  • Para o direcionamento, é preciso um sistema de coleta e tratamento dos líquidos percolados (chorume), resultante da decomposição da matéria orgânica;

  • O interior do aterro possui um sistema de drenagem de gases, possibilitando a coleta do biogás (constituído por metano, CO2 e vapor de água) até a atmosfera. Este gás é queimado ou é aproveitado para geração de energia.

  • Também possui um sistema de drenagem pluvial para evitar que a água da chuva penetre no aterro e dessa forma gere ainda mais chorume;

  • Todo o aterro sanitário deve ser monitorado;

  • Todo o limite do aterro deve ser cercado, impedindo entrada de estranhos e animais;

  • O aterro precisa possuir balança para controle da quantidade de resíduos que estão entrando.

Qual a diferença entre aterro sanitário e lixão?

Diferente dos aterros sanitários, os lixões e aterros não controlados são espaços abertos destinados ao despejo do lixo destituído de um sistema de tratamento. Dessa forma, os lixões acabam proliferando animais vetores de doenças, além do mau cheiro, poluição do ar e contaminação do solo e dos lençóis freáticos.

 

 
Lançada em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, PNRS, coloca como prazo final para os lixões no Brasil o ano de 2014. Infelizmente, o problema está longe de acabar e segue com prazo estendido. A continuidade dos lixões agrava os impactos negativos ao meio ambiente, onde toneladas de resíduos produzidos vão para vazadouros a céu aberto.
 
Ainda assim, por que devemos evitar os aterros?
 
Mesmo com toda a estrutura de tratamento dos resíduos e cuidado com a área em que é implantado, os aterros têm uma vida útil. Ou seja, depois de um tempo, quando ele atinge o limite máximo, é preciso encontrar outra área para fazer um novo aterro, considerando que precisa ser longe da cidade e dispor de condições propícias.
 
Por isso concordamos com o conceito lixo zero, onde temos o máximo aproveitamento e correto encaminhamento dos resíduos recicláveis e orgânicos e a redução – ou mesmo o fim – do encaminhamento destes materiais para os aterros sanitários e/ou para a incineração.
 
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