A história da reciclagem do plástico no mundo: Parte 3

Segundo documentário disponível na Netflix: Desserviço ao consumidor: a farsa da reciclagem, nossa saúde é diretamente afetada em todas as fases de produção, utilização e descarte de plásticos. Um fator de risco alto para a saúde pode ser encontrado em pessoas que moram perto de plantas petroquímicas. Vários tipos de cânceres foram identificados, e os níveis de PAH encontrados nas pessoas são bastante elevados. Exposição a produtos químicos constantes envenenam as pessoas lentamente, e as fumaças lançadas na atmosfera são disruptores endócrinos, que são substâncias químicas que se comportam como hormônios. Hormônios ligam ou desligam genes, fazem seu cérebro se desenvolver, te dão cinco dedos e determinam seu sexo. Um dos desruptores endócrinos mais conhecido encontrado nos plásticos é o Bisfenol A, conhecido como BPA. Ligado a uma série de problemas de saúde em humanos, infertilidade, mudanças no desenvolvimento do cérebro quando a exposição ocorre no útero, câncer de mama e câncer de próstata. Há uma inúmera variedade de problemas de saúde associados ao BPA.

Hoje em dia, a poluição das águas por plástico é notória. Imagens de seu impacto se tornaram virais. Especialistas acreditam que cerca de 8 milhões de toneladas métricas de plástico acabam no oceano todo os anos, causando um grande impacto da vida marinha e da saúde humana. Os microplásticos são minúsculas partículas plásticas que são encontradas no ar, nos sitemas de água e nas profundezas do oceano. Quando um grande pedaço de plástico fica por muito tempo no ambiente, ele vai se decompondo e se transformando em pedaços menores, que se transformam em micro plásticos. Eles podem captar contaminantes, que podem ser altamente tóxicos. Como dioxinas, E.coli ou bactérias que causam cólera. Peixes pequenos ingerem essas substancias. Peixes pequenos são alimento para peixes maiores e estes são comida para peixes ainda maiores e nós os comemos. Nós então ingerimos cerca de 60 ou 70 partículas de microplásticos, havendo várias evidências que os seus impactos são significativos. E isso fará com que se repense as refinarias petroquímicas. Esta indústria pretende triplicar suas produções nos próximos anos. Uma Aliança entre 30 das maiores empresas petroquímicas do mundo se formou com objetivo de apresentar soluções para melhorar a coleta de lixo, incentivar a reciclagem e limpeza. Mas o valor investido foi ínfimo relativo ao lucro anual das mesmas e a necessidade real de investimentos necessários.
 
Então a pergunta é: O que podemos fazer quanto ao problema dos plásticos? Não há uma resposta clara para esse problema, não podemos acabar com a poluição do plásticos somente com a reciclagem. Faz parte da solução, mas é necessário uma redução geral no uso de plásticos. O movimento se chama “LIXO ZERO”. O desperdício zero visa eliminar o máximo de desperdício em sua casa. Então quando for ao supermercado, deve-se levar suas embalagens reutilizáveis, sacolas de pano para coisas secas como nozes, farinha, chá, café; sacolas de rede para frutas e verduras. Quanto mais plástico você usar, mais plástico será produzido pois VOCÊ estará gerando uma demanda.
 
Quando nos afastamos de tudo isso, investimos em um mundo mais sustentável. São coisas fáceis que podemos fazer. Pergunte a si mesmo: Eu realmente preciso disso? Que impacto essa MINHA decisão causa? Os consumidores têm mais poder do que pensam. Nem todos serão capazes de eliminar completamente o plástico de suas vidas, mas mudar o comportamento é definitivamente um bom começo necessário. Comece com um copo reutilizável, ou uma sacola reutilizável, talvez escolha seus produtos sabendo que eles poderão ser reutilizados em vez daqueles que VOCÊ SABE que irão imediatamente ser destinados para o lixão ou aterro.
 
O comportamento individual é realmente importante. O que você e eu fazemos pelas nossas ações fazem a diferença. E causam um grande impacto, E não podemos fazer sozinhos. Precisamos de regulamentações que nos protejam. Os governos em todo o mundo estão tentando banir plásticos que são relativamente fáceis de banir. Os consumidores tentam usar menos plásticos do que costumavam usar. Mas não será suficiente.
 

A ciência e o mercado também desempenham um papel fundamental. Precisamos projetar plásticos que sejam inerentemente mais seguros, criar novos produtos químicos que não sejam desruptores endócrinos, jeitos inovadores de reutilizar plásticos ou investir em bioplásticos. Canudos de macarrão, sacolas feitas de mandioca, filmes transparentes feitos de cascas de caranguejos e árvores já foram desenvolvidos. Mas a concorrência com as petroquímicas não é justa, nem simples. Essa mudança só irá acontecer se os consumidores exigirem. Exigirem o desenvolvimento de alternativas que não destruam nosso planeta. Precisamos de todos os níveis engajados na luta em busca da solução desta crise global do plástico.
 
Confira o texto completo:
 
 
Fonte: Documentário Netflix. Desserviço ao consumidor: a farsa da reciclagem. Em Dez 2019.
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