Em março, além de comemorar o Dia Internacional da Mulher, data importante para lembrar uma luta histórica que acontece até hoje, também temos o Dia da Integração Cooperativista – 05 de março. São datas importantes para o desenvolvimento sustentável que desejamos, por isso vamos juntar um pouco das duas e falar sobre o trabalho das catadoras.
Afinal, são mulheres que além de cuidar dos nossos resíduos e direcioná-los para um melhor aproveitamento, também cumprem outra jornada ao chegar em casa. São mulheres que se unem em prol da comunidade e trabalham pensando no todo. Nada do que chega até elas é visto como lixo e essa ressignificação precisa ser exemplo para todos nós.
Cooperativa Corbélia e o papel das mulheres
O material reciclável recolhido pela Oudiser é todo direcionado para a Cooperativa Corbélia, que fica no CIC. Chegando lá, são as mulheres que recebem, separam e encaminham para a reciclagem. No total, são 25 famílias garantindo o sustento através da cooperativa.
No universo da catação de material reciclável, o papel da mulher é de protagonismo: hoje, as mulheres são maioria, representando entre 60% e 70% dos profissionais da área em atividade no Brasil.
Elas são as responsáveis por movimentar uma indústria pouco valorizada, mas que protagoniza o movimento em prol do meio ambiente e do lixo zero.
Por isso, é fato que a profissão de catadora é fundamental para uma cidade mais sustentável e para a luta por igualdade social e de gênero. Ainda assim há, é claro, muita luta pela frente – especialmente em um país tão grande e populoso como o Brasil e que produz tanto lixo e culturalmente não o destina da forma correta.
Catadora de gente
Para aprofundar o olhar sobre essa realidade, indicamos o filme Catadora de Gente. Ele é dirigido pela Mirela Kruel e conta a história de vida da catadora Maria Tugira.
Coordenadora da Associação de Catadoras e Catadores Amigos da Natureza (Aclan), sediada na cidade de Uruguaiana, Rio Grande do Sul, a senhora está na ativa há mais de 30 anos e tem uma história de vida triste, mas que diz muito sobre o Brasil desigual em que vivemos – e é fundamental que uma história como esta seja contada, nem que seja em um curta de 17 minutos.
O filme ganhou vários prêmios e merece ser visto: